A FIFA, em parceria com a Sony, realizou durante a Copa das Confederações 2013 testes de produção ao vivo em 4K, os primeiros do gênero no mundo e com bons resultados, segundo os seus responsáveis. A Revista da SET esteve no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG), para conferir de perto estes testes.
Por Fernando Moura
Revisa da SET
A edição 2013 da Copa das Confederações realizada no Brasil, a TV FIFA em parceria com a Sony, patrocinador oficial do evento, produziu experimentalmente durante o campeonato três jogos com tecnologia 4K para testar a realização ao vivo das partidas na sede da HBS (Host Broadcast Services, empresa criada pela Fifa) instalada no Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O primeiro passo pensando na transmissão ao vivo de alguns jogos em 4K no próximo mundial de futebol.
A Revista da SET esteve presente no terceiro jogo realizado no dia 26 de junho de 2013, às 16h, entre Brasil e Uruguai pelas semifinais da competição. Antes tinham sido realizados outros dois jogos da fase de grupos que aconteceram às 16h nos dias 17 e 22 de junho, com o Taiti enfrentando a Nigéria e o Japão encarando o México, respectivamente.
Os testes foram feitos no Mineirão porque nas suas instalações se estabeleceu o Centro Internacional de Co- ordenação de Transmissão (IBCC, na sigla em inglês) na Copa das Confederações 2013 e desde lá foi transmitido o sinal internacional para emissoras de mais de 200 países que adquiriram direitos de mídia da FIFA. Ainda ali foi realizado o Controle de Qualidade de Produção da HBS para a realização dos jogos.
Para a realização dos testes de gravação e produção ao vivo de conteúdos 4K em tempo real, foram usadas sete câmeras Sony 4K PMW-F55, câmera da linha CineAlta 4K. O teste foi coordenado por uma equipe de profissionais da Sony vindos do Japão, com operadores europeus e um caminhão de externa britânico. A visita foi propiciada e dirigida por Luiz Padilha, diretor de marketing e vendas da área profissional da Sony Brasil, para quem os testes foram um êxito. “Penso que com eles mostramos que a tecnologia está pronta e podemos avançar para a transmissão”, disse Padilha em entrevista à Revista da SET no recinto destinado às unidades móveis da HBS no Estádio do Mineirão. “Ainda é cedo para realizar avaliações, mas recebemos broadcasters do mundo inteiro em Belo Horizonte e o feedback deles com respeito à estrutura montada para captação em 4K tem sido muito positivo. Há uma série de clientes que teriam aplicações de captação ao vivo em 4K muito diferentes e que poderiam aproveitar a expertise da Sony para avançar com projetos neste novo sistema”, disse Padilha, para quem a “sensação é muito boa. Claro que destes testes virão uma série de contribuições e pontos de vista de operação técnica que darão aos nossos técnicos ajudas importantes para melhorar um produto que esperamos que esteja disponível até o final de 2013”.
Para Padilha, está na hora dos broadcasters entenderem que o 4K já não é só uma tecnologia para cinema ou para captação de produções documentais ou ficção, mas sim pode ser utilizado para a captação ao vivo. “O 4K vai explodir na televisão em muito pouco tempo. Na Sony vemos que a indústria do consumo vai fazer com que o 4K se instale porque já é viável ter TVs 4K a preços acessíveis, o que fará com que a demanda de conteúdos em 4K aumente”. Carlos Paschoal, gerente geral de marketing da Sony Brasil, reforçou as palavras de Padilha. “Este é o nosso grande teste para viabilizar o 4K ao vivo, queremos no ano que vem trazer a Copa do Mundo para dentro da casa dos brasileiros, com toda a tecnologia 4K possível”, afirmou.
Para o diretor de TV da FIFA, Niclas Ericson, a Copa das Confederações foi uma oportunidade perfeita para testar novos métodos de tecnologia e produção em 4K. “Estamos ansiosos para ver como este torneio ajudará a moldar o futuro das transmissões esportivas”, comentou. Para Ericson, o importante destes testes é o acervo de imagens, já que, segundo ele, a tecnologia 4K permite que as empresas de radiodifusão capturem imagens com definição de altíssima qualidade. Os conteúdos podem ser armazenados e usados de forma a atingir todo o seu potencial nos próximos anos, quando os aparelhos de televisão vendidos nos mercados de consumo estiverem em conformidade com a última geração tecnológica.
Em comunicado, a HBS afirmou que o “novo equipa- mento foi testado, o pessoal foi treinado e conceitos de produção foram implementados. A produção 4K foi rigorosamente testada em Belo Horizonte”, e “pode desempenhar um papel inestimável para ajudar a FIFA, a HBS e outros interessados na preparação para a Copa de 2014”.
Para a HBS, o mais importante dos testes é que a tecnologia 4K vai permitir que, em casa, os telespectadores possam ter “uma imagem verdadeiramente imersiva” que permite mostrar “vários níveis de primeiro plano e fundo, colocando os jogadores e objetos do campo em diferentes níveis de relevo”.
No comunicado, a HBS reconhece que os testes foram positivos mas que “ainda não está determinado se a produção 4K será implementada no Copa do Mundo de 2014. A produção 4K de eventos esportivos ao vivo ainda está em seus estágios iniciais e uma série de problemas logísticos continuam a ser discutidos” e devem ser resolvidos. Assim, todos os envolvidos no projeto estão “extremamente impressionados com o rápido desenvolvi- mento da tecnologia e produção associada” a ela.
No Mineirão, os engenheiros da Sony, os responsáveis da TV FIFA e alguns dos engenheiros da TV Bandeirantes e TV Globo consultados pela reportagem da Revista da SET coincidiram em dizer que daqui para frente o maior desafio é determinar como será realizada a transmissão do sinal e sua posterior distribuição, para o qual será preciso definir uma série de coisas que não tem a ver só com a questão tecnológica, mas também com decisões políticas e estruturais no país e no mundo que regulem este tipo de transmissão de sinal. Para Luiz Padilha, diretor de marketing e vendas da área profissional da Sony Brasil, a tecnologia 4K esta pronta para produções ao vivo e a Copa de 2014.
Veja matéria completa em: http://www.set.org.br/artigos/ed134/ed134_pag54.asp
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