Por que podemos ter tanta certeza disto? Porque não há alternativa para as emissoras a não ser se render à convergência entre o computador e o aparelho de televisão. As pessoas querem isto. A indústria de eletro-eletrônicos quer isto. As gigantes da internet querem isto. É muita pressão para um modelo de negócios que se sustenta a mais de 70 anos (venda de espaço publicitário nos intervalos da programação) na audiência de massa. A massa já não é tão grande assim.
A prova de que as pessoas querem o fim da grade de programação pode ser adquirida nos números de várias pesquisas. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em março, aponta que 42,9% da população passa pelo menos três horas por dia em frente da tevê. No entanto, o estudo constatou que o brasileiro passa três vezes mais tempo conectado à internet do que em frente à televisão. Nos EUA não é diferente. No ano passado, uma pesquisa da empresa norte-americana Deloitte mostrou que 81% dos entrevistados consideram o computador uma fonte de entretenimento melhor que televisão. O último relatório State of media democracy da Deloitte mostrou que 65% dos entrevistados gostariam de poder interligar a televisão com a internet para poder assistir vídeos ou baixar conteúdos.
Sendo assim, a equação é simples: se há demanda, as ofertas surgem de todos os lados e a indústria e a web estão se colocando a disposição para suprir esta demanda. Companhias como a LG, Sony e outros, já produzem aparelhos com conexão à internet. Alguns modelos já vêm com o Skype e o Youtube instalados. Portais de conteúdo como o UOL, se apressaram a formar parcerias para distribuição de conteúdo pelas TV com internet. A Sky, empresa de TV por assinatura, lançou recentemente, o serviço Sky On Demand. Em nota de divulgação a empresa define o serviço:
“VOD, ou “Video On Demand” (vídeo sob demanda) é um sistema de locação virtual de vídeos no qual um filme ou evento pode ser alugado por meio do controle remoto e assistido a qualquer hora (a exemplo de um DVD). O novo serviço introduz uma nova maneira, não linear, de se assistir à televisão, diferente do sistema tradicional em que o espectador depende de um horário fixo, organizado linearmente por uma grade de programação. Na prática, o cliente define sua própria grade de programação”.
Não seria preciso dizer mais nada não é mesmo? Entretanto, não para por aí. A Apple também possui um dispositivo: O Apple TV, lançado em 2007. Porém, o dispositivo não permite a sintonia de canais das emissoras. No entanto, com um HD de 160GB, é possível navegar por lançamentos de vídeos, comprar ou alugar filmes em alta definição ou tradicionais, além de tocar as músicas do iTunes pelas caixas de som da televisão e gravar conteúdos da internet.


Infelizmente, o que pode ser observado empiricamente, é que as emissoras de TV estão tentando de todas as formas manter o modelo atual. Caso elas não revejam seriamente, suas estratégias, não é somente a grade de programação que irá morrer. Muitas emissoras de TV aberta certamente irão à falência ou serão adquiridas por conglomerados maiores. Uma mudança radical está acontecendo no mundo das comunicações. A história demonstra que não há como conter as transformações. Se o indivíduo muda, a TV também tem que mudar.
Fonte:
http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=541960
http://www.sky.com.br/empresa/imprensa/pdf/pressrelease-30.pdf
http://gizmodo.com/5543689/google-tv-combines-tv-android-and-all-of-the-internet (fotos)
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