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De olho no PNBL, ZTE planeja abrir fábrica no Brasil

30/06/2010 |
Mariana Mazza
Teletime
A perspectiva de crescimento do mercado de banda larga brasileiro, especialmente com o lançamento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) pelo governo, acelerou os planos da ZTE, fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações, de fortalecer sua presença no país. Nesta quarta-feira, 30, uma comitiva da fabricante e de representantes do governo chinês esteve em Brasília para discutir os planos da companhia e futuros investimentos em terras brasileiras. Um dos principais projetos da ZTE é a instalação de uma fábrica de equipamentos no Brasil, consolidando o país como uma plataforma de fornecimento de produtos na América Latina.

"O Brasil é um ótimo país, com um crescimento econômico estável e uma grande perspectiva de atração de investimentos. É um mercado-chave para nós", avaliou Wu Zengqi, vice-presidente sênior da ZTE Corporation. A proposta da ZTE é instalar uma fábrica em Campinas mas a empresa não antecipou quando isso irá acontecer, nem os investimentos totais envolvidos. "É um investimento imenso", disse Zengqi apenas. "Mas o pagamento desses investimentos no Brasil é muito rápido. Esperamos um crescimento no Brasil na casa dos 50% a 60% neste ano", complementou o executivo.

Inicialmente, a proposta da ZTE é que a fábrica foque a produção em aparelhos para o usuário final. Mas, para o futuro, a companhia não descarta a possibilidade de fabricação de chipsets em território brasileiro. "Pode ser um próximo passo. Depende do avanço do mercado", sinaliza o vice-presidente. No momento, a ZTE tem aproximadamente 4 milhões de equipamentos em funcionamento no Brasil. Para aumentar sua presença no mercado, a empresa aposta na ampliação das parcerias com as operadoras brasileiras - a Vivo é uma das maiores parceiras - e em novos atores que tenham interesse em entrar no mercado, com a oferta de soluções personalizadas.

Outra ponta do projeto, focada para o atendimento desses futuros clientes, é a implantação de um centro de treinamento também em São Paulo, na cidade de Tamboré. Também será implantado um Call Center da fabricante nessa unidade de treinamento, de olho no atendimento personalizado para as empresas brasileiras. A ZTE já está presente no Brasil há sete anos com um escritório em São Paulo, onde a maioria de seus funcionários (72%) já é de técnicos brasileiros.

Financiamento para Telebrás

Além do aceno ao governo brasileiro com novos investimentos na indústria tecnológica e geração de empregos em território nacional, a ZTE também está disposta a ser uma parceira da Telebrás no PNBL. Um dos maiores atrativos da fabricante nos países em que ela se estabelece é a oferta de linhas de financiamento do banco de desenvolvimento chinês na aquisição dos equipamentos. A estratégia tem dado resultados com muitas operadoras brasileiras. A última parceria desse tipo no Brasil foi com a Oi, neste ano, no valor de US$ 1 bilhão.

Segundo Zengqi, esse programa pode ser estendido inclusive à Telebrás, o que pode ser uma boa notícia para o governo brasileiro. "Nós temos um apoio muito forte do banco de desenvolvimento chinês. E, se tivermos um bom plano, não importa em que país, podemos sim incluir nesse programa", afirmou o executivo. Além disso, o vice-presidente da ZTE garante que a fabricante tem soluções para a Telebrás, que vão desde a implantação de backbones e backhauls até projetos de conexão wireless. "Ela pode ser uma parceira, não só como operadora, mas na compra de equipamentos conosco", avaliou Zengqi ao ser questionado sobre a Telebrás.

A ideia de instalar uma fábrica no Brasil também está intimamente ligada ao PNBL, para além das perspectivas favoráveis da ZTE com relação ao crescimento do mercado brasileiro. Isso porque, com uma fabricação em território nacional dos equipamentos, a fabricante chinesa pode aproveitar os benefícios fiscais oferecidos pelo governo para a ampliação da oferta de produtos associados ao serviço de banda larga e, até mesmo, ser beneficiada no futuro nas compras realizadas pela Telebrás que irá privilegiar as "empresas nacionais", ou seja, instaladas no Brasil.

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