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Momento delicado para a TV paga brasileira

A TV paga no Brasil, talvez esteja passando pelo seu maior calvário desde sua implantação no Brasil. Ao mesmo tempo em que a base de assinantes cresce as tecnologias digitais e a possibilidade da entrada de fortes concorrentes no setor (empresas de Telecom), estão desafiando operadoras e prestadores de serviço a encontrar novas formas de posicionamento e novos modelos de negócios, o que ainda não se configurou. Mas, antes mesmo de se encontrar estes novos direcionamentos, o embate entre a Anatel versus operadoras de TV por assinatura é de longe o principal desafio a ser vencido pelo setor.


No principal evento do dia, dentro do congresso da ABTA, os dois lados dessa questão puderam se pronunciar. De um lado, Roberto Irineu Marinho, um dos proprietários de Rede Globo de Comunicação. Do outro lado, o Senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA), presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia Comunicação e Informática. Em pauta a tramitação, no Senado, do PL 116 (antigo PL 29), que prevê, entre outras coisas, a entrada das empresas de telefonia no setor de TV paga e o estabelecimento de cotas para exibição de conteúdos nacionais dentro da programação das operadoras.

Em sua fala, Roberto Irineu destacou a liderança da Globosat no seguimento, mas o tom mais firme de sua palestra se deu no momento em que Irineu se posiciona contra o PL 116 e contra a entrada do capital estrangeiro na comunicação.

Roberto Irineu Marinho defende a restrição ao capital estrangeiro na comunicação

Já Flexa Ribeiro, afirma que o Congresso Nacional não pode ser privado de sua tarefa principal que é legislar e entende que a legislação atual não contempla o novo contexto tecnológico disponível e uma das formas de se fazer com que a tecnologia alcance novos usuários é com a entrada de novos concorrentes no mercado. E por isso, a preocupação do Senado com o conteúdo nacional, estabelecendo cotas de exibição para que não haja um exagero na exibição de conteúdo estrangeiro e perda da identidade cultural do Brasil.

 
Senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA) defende a concorrência no setor


Mas a briga é boa. João Resende, conselheiro da Anatel afirmou que "o país está crescendo e há demanda por mais outorgas. Não faz sentido segurar mais tempo. A Anatel patrocinou, nos últimos anos, uma reserva de mercado". As operadoras de TV paga não são contrárias a entrada de novos prestadores, são contrárias a falta de uma legislação específica que equilibre o jogo.

 Público presente no Expo Center no congresso da ABTA 2010

Muito ainda será dito sobre este tema. Envolve dois grandes lobbys. Infelizmente o debate fica restrito ao meio televisivo e político, e o assinante vê tudo isso da sala de casa em sua tela preferida com o controle remoto na mão zappiando.

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