Texto publicado em: Reuters Brasil
Por Sérgio Spagnuolo
SÃO PAULO (Reuters) - O segmento de TV por assinatura quer uma fatia do plano do governo para massificar a banda larga, e defende uma regulamentação mais branda para as companhias do setor a fim de viabilizar novos modelos de negócios.
Em junho, o governo lançou oficialmente o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que será operado pela Telebrás e possui contratos com algumas das principais operadoras de telefonia, como Oi, Telefônica e TIM.
"Esperamos ser um dos principais parceiros do PNBL", disse o presidente-executivo da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Alexandre Alexandre Annenberg, nesta segunda-feira.
"O segmento de TV a cabo pode ser determinante para a massificação da banda larga", afirmou ele, acrescentando que há sobreposição entre as redes de cabo atuais das empresas e as que serão operadas pela Telebrás, o que fortaleceria a oferta de serviços.
Annenberg também defendeu regulamentações mais brandas por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), principalmente no que diz respeito à qualidade dos serviços.
"O Plano Geral de Metas de Qualidade (PGMQ) para TV por assinatura da Anatel é muito rígido e bem definido", disse Annenberg. "Mas precisamos entender melhor a percepção de qualidade que o consumidor exige."
Segundo ele, as companhias precisam "ser livres para a experimentação", a fim de elaborar "novos modelos de negócios" para concorrer no segmento de convergências de serviços de voz, dados e televisão.
O PGMQ estabelece referências para qualidade de serviços, de atendimento e continuidade de serviço, entre outras, com possíveis sanções contra as companhias que ficarem abaixo das metas.
SETOR EM ALTA
O segmento de televisão por assinatura brasileiro estima alta de 18,7 por cento no faturamento em 2011, para 14,6 bilhões de reais, informou a ABTA.
No primeiro semestre, o faturamento do setor somou 7,1 bilhões de reais, ante 5,6 bilhões de reais nos seis primeiros meses de 2010.
Segundo o presidente da ABTA, os principais fatores que colaboraram para o crescimento do setor foram a oferta de novas tecnologias e conteúdos, o aumento do poder de compra da classe C e a entrada de novas companhias de TV por satélite.
A estimativa é fechar o ano com 12,5 milhões de domicílios atendidos, ante 11,1 milhões em 2010. "O segmento tem encontrado terreno fértil para crescer", disse Annenberg.
Em 2010, a indústria teve receita de 12,3 bilhões de reais e um total de 9,8 milhões de usuários de TV paga, num crescimento de 31 por cento sobre 2009.
O setor vive fase de convergência de tecnologias no Brasil, com grandes grupos de telefonia ingressando na oferta de serviços de TV e operadores oferecendo conteúdo online que pode ser acessado por banda larga.
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