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Digital Age: 5% do bolo publicitário para a Internet? É muito pouco

Texto publicado em: IGDNow

Por Ricardo Zeef Berezin, do IDG Now!
Publicada em 29 de setembro de 2011 às 14h25

Para Fernando Taralli, presidente da Energy, empresas gastam pouco e errado nas plataformas digitais.


Segundo dados divulgados em agosto, a Internet corresponde a 5% do investimento publicitário no Brasil. Se nos Estados Unidos ela já o segundo meio que mais arrecada – perdendo apenas para a TV – por aqui ela é apenas o quarto, pois ainda não superou  jornal (12,44%) ou revista (6,89%).
Fernando Taralli, presidente da agência Energy, porém, discorda das estatísticas. Elas não contabilizariam o dinheiro investidos por empresas de e-commerce, que são das que mais gastam com marketing digital. Se fossem consideradas, o índice subiria para algo próximo dos 10%, alcançando a terceira colocação.
“Mas o bolo ainda é muito pequeno”, afirmou nesta quarta-feira (28/09), durante o Digital Age - evento de marketing digital promovido pelo Now!Digital Business. “As companhias que mais despendem com marketing, dificilmente reservam mais de 5% para a Internet, quando o ideal seria aplicarem entre 10% e 15%”.
O executivo destacou como o comércio eletrônico no Brasil tem crescido. Cerca de 30 milhões de usuários compram pela web – o País é o terceiro maior do setor – e 70 milhões a utilizam antes de adquirir um produto. Empresas que não possuem lojas físicas, inclusive, têm incomodado grandes redes do varejo, que tiveram de se mover para melhorar seus sites. E ainda há muito a crescer.
“Inúmeras empresas já me contataram querendo investir no Brasil. São lojas voltadas a todos os tipos de produtos. Sempre que me avisam de suas intenções, penso por que não pensei nisso antes”, afirma Taralli.
O anúncio veiculado na Internet tem algumas vantagens sobre o inserido em outros veículos. O principal, diz o especialista, é a questão da assertividade. Há diversas tecnologias disponíveis a fim de atingir uma audiência específica, aquela que poderá se interessar pelo produto. Se só o pai da família está interessado na compra de um carro, porque gastar mais para mostrá-lo a seus filhos?
Flexibilidade e interatividade são outros pontos destacados pelo especialista. As possibilidades que a mídia digital oferece são pouco exploradas pelas empresas do País, defendeu. As propagandas podem ganhar vida. Para fins de demonstração, exibiu uma peça veiculada na página inicial do New York Times.



Já quanto à interatividade, citou uma empresa do ramo alimentício que convidava o usuário a votar em seu prato favorito. De acordo com sua escolha, um produto seria exibido da próxima vez que entrasse no portal. Por fim, um cupom de desconto para essa mesma mercadoria aparecia no banner, de modo que o internauta pudesse imprimi-lo e usá-lo em algum supermercado próximo.
De acordo com Taralli, três milhões de pessoas foram impactadas pela campanha, e duas milhões votaram. Além do fortalecimento da marca, devido ao diálogo promovido com os clientes, a companhia conseguiu aprimorar seu banco de dados.
Algumas dicas foram dadas quanto à estratégia online. Se o consumidor adicionar um produto ao carrinho, mas não comprá-lo, é possível oferecer um desconto sobre o item visado da próxima vez que ele entrar no site – isso pode ser decisivo, caso ele esteja buscando melhores preços em outras lojas.
Vídeos publicitários costumam ser eficientes na Internet e podem ser priorizados, mas  é melhor que o conteúdo seja diferente daquele exibido na TV. Por fim, a estratégia online deve estar de acordo com a offline e, preferencialmente, elas devem interagir.
“Até 2020, a cobertura da Internet será semelhante à da TV aberta”, afirmou, mostrando em números porque o investimento publicitário nas mídias digitais precisa aumentar. Ano passado, a Internet superou o rádio, segundo os dados oficiais, e não deverá demorar a ultrapassar as revistas. “Muito mais está por vir”, concluiu.

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