Esta sessão mostra uma realidade que alguns poderiam julgar
estar ainda muito distante da realidade brasileira, mas a demanda por conteúdo
em vídeo vem crescendo em todo mundo, principalmente no Brasil, conforme
números apresentados pelos palestrantes convidados.
A sessão se iniciou com a fala de Marcelo Souza (TV Globo)
provocando os palestrantes e o público presente com informações que instigaram o
debate. A preocupação dos radiodifusores na estrutura física da rede demonstra
o interesse dos produtores de conteúdo em atender a demanda cada vez mais
crescente do usuário e consumir vídeo via internet.
Breno Fleury, representante da empresa Sisco e responsável
pelo desenvolvimento de negócios de vídeo para a América Latina, apresentou
dados importantes que comprovam essa nova realidade e desfazem alguns mitos que
cercam a questão. Fleury apresentou dados de uma pesquisa encomendada pela
empresa que aponta que para 2016 o número de usuários de internet no Brasil
subirá dos atuais 61 milhões para 98 milhões de usuários. Apontou que a
velocidade média da conexão banda larga subirá dos atuais 4,9 Mb para 13,6 Mb.
Uma expectativa de aumento significativa, visto o prazo de apenas quatro anos.
Esta nova configuração do mercado banda larga virá atender o
desejo de se consumir vídeo via internet, também demonstrado na pesquisa
apresentada. Atualmente, mais de 50% do tráfego mundial da rede é composto por
vídeo e, diferente do que se pensava, não são apenas os adolescentes que consomem
este tipo de conteúdo. No Brasil, 92% das pessoas entre os 18 e 29 anos
afirmaram consumir vídeo online. Na outra ponta, 82% dos usuários entre os 40 e
59 anos, também afirmam consumir vídeo na rede. Ou seja, Fleury afirma que
tendo acesso as pessoas, independente da idade, acabam migrando, ou consumindo
com maior intensidade, vídeos online. "A palavra chave do momento é
conveniência", afirma Fleury.
Apesar deste comportamento do usuário, pesquisas demonstram
que a TV broadcast não vem perdendo audiência para o consumo de vídeo online, e que haverá espaço para que estas indústrias (TV broadcast e
broadband TV) convivam em harmonia por muito tempo, é o que afirma André
Guerreiro, representante da NET, que em sua fala, analisou o comportamento do
usuário frente as várias possibilidades de cosumo de conteúdo audiovisual.
Está claro que este é um caminho sem volta e como qualquer
nova realidade de consumo, força uma adaptação dos modelos de negócios à esta
nova realidade. No que depender da estrutura da rede no Brasil, o caminho já
está pronto para ser trilhado.
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