Mesa temática da qual participou a Revista da SET apresentou aos participantes do congresso acadêmico as novas configurações de audiovisual, dispositivos de segunda tela, os testes em 4K realizados na Copa das Confederações 2013 e o desenvolvimento da TV Digital no país.Por: Fernando Moura
Revista da SET
Foto: Francisco Filho
18º edição do Intercom Sudeste 2013 foi realizado na Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
– FAAC, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, campus de Bauru, entre 3 e 5 de julho de 2013. O evento foi organizado juntamente com a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplina- res da Comunicação – INTERCOM, o XVIII Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sudeste – Intercom Sudeste 2013.
O congresso recebeu em Bauru mais de duas mil e duzentas pessoas da área de Comunicação entre pes- quisadores, docentes, estudantes de graduação e pós-
-graduação, além de profissionais do setor. O Intercom Sudeste serviu de antessala do Congresso Nacional da Intercom que acontecerá em Manaus, em setembro de 2013 que terá como tema: “Comunicação em tempo de redes sociais: afetos, emoções, subjetividades”.
Nesse âmbito, a Revista da Set foi convidada para parti- cipar do evento na mesa temática: “TV Digital e a Copa do Mundo de Futebol” porque, segundo os organizadores, “a Copa do Mundo de Futebol será o evento de grande por- te no Brasil que marcará a consolidação do sistema Nipo-Brasileiro de transmissão digital na TV aberta que, além do sistema HD, também irá ser captada no formado 4K, novo sistema de capitação que vem sendo incorporado pelos produtores de conteúdo de todo mundo e que possui reso- lução quatro vezes maior do que o sistema HD”.
Assim, a mesa analisou e discutiu estas novas confi- gurações de audiovisual além das possibilidades intera- tivas, principalmente na utilização de dispositivos mó- veis como segunda tela para uso da interatividade e de conteúdo adicional dos programas exibidos no fluxo de programação das emissoras abertas.
O primeiro a expor seus conceitos foi o Prof. Francis- co Machado Filho (Unesp), que explicou aos presentes como pode ser realizada “a interatividade na Copa doMundo de 2014”e como a segunda tela “é toda e qual- quer experiência de engajamento da audiência, que inclui a TV Social como um elemento integrante.”
Para isso, Machado Filho deu como exemplos plata- formas de segunda tela no Brasil e no exterior e afirmou que para que esta seja uma mais-valia para os telespec- tadores os aplicativos devem ser “fáceis de usar e per- mitir um uso intuitivo; ter suporte para as redes sociais e permitir a interação em tempo real; devem ainda ser totalmente integrados ao conteúdo da primeira tela; for- necer conteúdo ou serviços estimulantes para o usuário; e permitir a descoberta e gerenciamento de conteúdo”.
Mais tarde, Alexandre Minghini, editor chefe da Revis- ta da SET, analisou “os avanços da TV Digital” afirmando que “a evolução está acontecendo cada vez mais rápido” e hoje a TV está “em todo lugar e a qualquer hora em alta definição”, mas que “as tecnologias de captação de imagem e interatividade na TV estão avançando numa velocidade muito maior do que as tecnologias de trans- missão e recepção” e juntas essas duas situações são o maior desafio da área, “acompanhar com qualidade esse compasso acelerado”.
Para Minghini, na atualidade “qualquer coisa acima de HD é chamado de UHD, da mesma forma que qual- quer coisa acima de 480 linhas já foi chamado de HD há uns 6 ou 7 anos. Depois tiveram que criar o Full HD para corrigir a confusão que se formava, enquanto o correto era SD, ED e HD”, mas essa não é a questão, o ponto é “preocupar-se com o futuro digital ampliando suas atitudes analógicas”
O Prof Dr. Fernando Moura , editor da Revista da SET, explicou aos presentes que “a realidade difundida pela TV opera como uma seleção e uma construção das in- formações que são emitidas” e disse, parafraseando o sociólogo Pierre Bourdieu, que “os produtores de TV (no caso Bourdieu, os jornalistas) usam uma espécie de “óculos que vêem certas coisas e outras não”. E que é crucial pensar “as novas tecnologias de informação, nas que está enquadrado o surgimento da TV Digital, como uma comunicação bidirecional entre grupos e indivídu- os, em oposição à difusão centralizada da informação de massa que a TV aberta oferecia aos telespectadores” pensando na hipótese de interatividade
“Há alguns anos que a TV digital está se desenvolvendo no país, mas ainda parece não ter se definido exatamente o caminho para onde ela vai. Nesse ponto, e inferindo que a academia e os profissionais da área ainda procuram criar linguagens e narrativas próprias para este novo suporte mediático, torna-se fundamental discutir esta questão porque o suporte digital ainda está em formação e a procura de uma identidade própria que o diferencie da TV tradicional”, disse Moura aos presen- tes na no Intercom Sudeste 2013.
Finalmente, Moura disse que a produção em 4K será uma das principais novidades que a FIFA apresentará em termos de exibição mundial na Copa 2014, a realizar-se no Brasil, e como foram realizados estes testes 4K pela Sony durante a Copa das Confederações 2013 em Belo Horizonte, no mês de junho passado. E com isso expli- cou que a tecnologia cada vez parece estar mais adianta- da que a maioria dos pequenos broadcasters brasileiros que trabalham para chegar à digitalização das suas emis- sões e ainda discutem como será feita a recepção deste sinal por parte dos telespectadores.
Fernando Moura redação: revista da Set: fernando.moura@set.org.br
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