O mercado de televisão aberta nos EUA, está passando por uma indefinição que retrata bem o momento atual no qual se encontra a mídia global: o deslocamento da distribuição do conteúdo para o sistema broadband. Quanto mais países e pessoas se conectarem a internet, maior será a pressão para que o conteúdo seja entregue nas diversas plataformas que utilizam a internet como meio de transporte.
Por: Kiko Machado
No caso dos EUA está problemática é mais visível devido à forte penetração da banda larga e a baixa penetração do sistema aberto de televisão, restrito à 10% da população. Essa situação tem gerado um forte conflito de interesses ao ponto de muitos defenderem o fim do sistema broadcast. A faixa de frequência do espectro em uso pelas emissoras seria entregue à telefonia para oferta de dados wireless.
Somando-se a este debate, a discussão da neutralidade da rede no EUA tem exposto o interesses das duas indústrias. A FCC tem demostrado inclinação em atender o pedido das operadoras de internet em permitir a cobrança de valores diferenciados para o uso da internet. As novas regras poderão permitirão a empresas como a Disney, Google ou Netflix pagar aos fornecedores de serviços de internet como Comcast e Verizon por uma maior largura de banda para enviar vídeo e outros conteúdos aos seus clientes. O que aliás, a Nefflix já fez com a Comcast. O acordo já está mostrando a que veio: a velocidade no acesso ao provedor de filmes e séries pelos clientes da maior ofertante de banda larga dos Estados Unidos aumentou 65%.
O que a televisão pode fazer neste cenário? A estratégia dos Broadcasters americanos tem sido demostrar a relevância do sistema aberto de televisão para a população. O presidente da NAB, Gordon Smith, em seu discurso de abertura no congresso deste ano, deixou claro que os sistemas broadcast e broadband podem caminhar juntos. Que a integração dos sistemas podem trazer grandes oportunidades de negócios, mas... broadband não é broadcasting. Nem agora, nem em um futuro próximo o a internet poderá enviar uma grande quantidade de informação simultaneamente para milhões de pessoas ao vivo. Smith lembrou que durante o furação Sandy, o sistema broadcast foi o único que manteve informado mais de oito milhões de pessoas, pois o sistema de telefonia havia caído. A TV é prestação de serviço ao público e importantíssima dentro do sistema democrático.
Neste contexto, a comunicação local, o jornalismo local, foi destacado por Smith como o verdadeiro diferencial e principal característica de relevância para TV aberta em comparação ao sistema broadband. Para o executivo, o broadband nunca irá se dedicar a comunidade local como faz a televisão. E esta é uma das principais diferenças entre o mercado americano e brasileiro de TV. As emissoras locais no Brasil ainda são reféns das grandes redes e da viabilidade econômica propiciada pelas redes nacionais. Contudo, não há a discussão no Brasil quanto ao uso da radiofrequência e nem se cogita por aqui de se retirar dos radiodifusores a concessão do uso do espectro.
O futuro da TV nos EUA (o maior mercado broadcast no mundo) pode influenciar outros mercados internacionais, inclusive o Brasil. Devemos acompanhar com interesse e preocupação e o desenrolar dessa batalha. Abaixo segue o vídeo completo da abertura do congresso NAB Show 2014 com o discuso de Gordon Smith disponível no YouTube. (em inglês)
No caso dos EUA está problemática é mais visível devido à forte penetração da banda larga e a baixa penetração do sistema aberto de televisão, restrito à 10% da população. Essa situação tem gerado um forte conflito de interesses ao ponto de muitos defenderem o fim do sistema broadcast. A faixa de frequência do espectro em uso pelas emissoras seria entregue à telefonia para oferta de dados wireless.
Somando-se a este debate, a discussão da neutralidade da rede no EUA tem exposto o interesses das duas indústrias. A FCC tem demostrado inclinação em atender o pedido das operadoras de internet em permitir a cobrança de valores diferenciados para o uso da internet. As novas regras poderão permitirão a empresas como a Disney, Google ou Netflix pagar aos fornecedores de serviços de internet como Comcast e Verizon por uma maior largura de banda para enviar vídeo e outros conteúdos aos seus clientes. O que aliás, a Nefflix já fez com a Comcast. O acordo já está mostrando a que veio: a velocidade no acesso ao provedor de filmes e séries pelos clientes da maior ofertante de banda larga dos Estados Unidos aumentou 65%.
O que a televisão pode fazer neste cenário? A estratégia dos Broadcasters americanos tem sido demostrar a relevância do sistema aberto de televisão para a população. O presidente da NAB, Gordon Smith, em seu discurso de abertura no congresso deste ano, deixou claro que os sistemas broadcast e broadband podem caminhar juntos. Que a integração dos sistemas podem trazer grandes oportunidades de negócios, mas... broadband não é broadcasting. Nem agora, nem em um futuro próximo o a internet poderá enviar uma grande quantidade de informação simultaneamente para milhões de pessoas ao vivo. Smith lembrou que durante o furação Sandy, o sistema broadcast foi o único que manteve informado mais de oito milhões de pessoas, pois o sistema de telefonia havia caído. A TV é prestação de serviço ao público e importantíssima dentro do sistema democrático.
Neste contexto, a comunicação local, o jornalismo local, foi destacado por Smith como o verdadeiro diferencial e principal característica de relevância para TV aberta em comparação ao sistema broadband. Para o executivo, o broadband nunca irá se dedicar a comunidade local como faz a televisão. E esta é uma das principais diferenças entre o mercado americano e brasileiro de TV. As emissoras locais no Brasil ainda são reféns das grandes redes e da viabilidade econômica propiciada pelas redes nacionais. Contudo, não há a discussão no Brasil quanto ao uso da radiofrequência e nem se cogita por aqui de se retirar dos radiodifusores a concessão do uso do espectro.
O futuro da TV nos EUA (o maior mercado broadcast no mundo) pode influenciar outros mercados internacionais, inclusive o Brasil. Devemos acompanhar com interesse e preocupação e o desenrolar dessa batalha. Abaixo segue o vídeo completo da abertura do congresso NAB Show 2014 com o discuso de Gordon Smith disponível no YouTube. (em inglês)
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