About

topo-CM

Channel Opportunity?

O tema do congresso da NAB 2014 trouxe para o debate as oportunidades que o mercado americano de televisão poderá vir a ter com a integração dos sistemas broadcasting e broadband. Televisão e internet estão cada vez mais parecendo uma coisa só e é preciso se adaptar a esta realidade. Contudo, será que as mesmas oportunidades estão presentes nos mercados americanos e brasileiro de televisão? É evidente que não. Apesar do modelo de negócio ser o mesmo nos dois mercados há diferenças importantes, criando oportunidades diferentes ou prioritárias para cada um deles.
Por: Kiko Machado
Las Vegas

Nos Estados Unidos, estão sendo criadas as condições necessárias para que o conteúdo televisivo seja entregue via broadband. A FCC permitiu o acordo entre operadoras de internet a negociar contratos com empresas de OTT para entrega mais rápida do seu conteúdo, o ATSC 3.0 prevê a TV Híbrida, a mobilidade e interatividade, além de fusões entre empresas de telecomunicações e operadoras de cabo.
Já no mercado brasileiro temos uma realidade diferente. Aqui, a televisão aberta se mantém a frente dos outros veículos no investimento publicitário, está presente em quase a totalidade dos domicílios, a maior parte de sua programação é de conteúdo nacional e a migração do conteúdo televisivo para a internet ainda é lenta. Contudo, é evidente que o mercado brasileiro não pode ser acomodar. As transformações nos mercados internacionais caminham rápido em direção ao Brasil em tempos de globalização.

Está claro que este cenário não irá durar por muito tempo. Mas, o que fazer? Quais são as oportunidades de negócios dentro de um modelo que ainda gera a viabilidade econômica para as emissoras e lucro? A resposta é complexa, pois está diretamente ligada à gestão das empresas e a visão de futuro que as emissoras querem para si mesmas, contudo, podemos apontar um caminho que alie o modelo de negócio atual às políticas de comunicação traçadas pelo governo federal na implantação da TV digital terrestre no Brasil. Para trilhar este caminho será preciso um novo posicionamento da indústria televisa no Brasil. O Brasil deve se tornar um exportador de conteúdo televisivo.

Os programas de TV produzidos no Brasil sempre tiveram uma boa aceitação no mercado internacional, via de regras, as novelas e sérias de ficção. Mas, por outro lado sempre importou muitos programas estrangeiros. Sejam as telenovelas mexicanas, os “enlatados” americanos dos anos de 1980 e mais recentemente os games e reality shows, a programação das emissoras abertas no Brasil sempre contou com uma parcela significativa de conteúdo estrangeiro. Agora é a vez do conteúdo nacional se tornar um produto de exportação que seja capaz de amortizar a perda de publicidade para a internet.
Um ponto comum a todos os participantes do congresso da NAB 2014 é que de que a TV aberta em pouco tempo concentrará sua programação nos programas ao vivo. Os programas gravados deverão se deslocar cada mais para a internet pelo serviço On demand.

Pesquisas e estudos de comportamentos da audiência vem apontando esta possibilidade e, se assim se concretizar, a estrutura de produção das emissoras poderá se tornar cara demais para ser mantida. A alternativa será desmontar essa estrutura e terceirizar a produção. A não ser que as emissoras se posicionem para atender outros mercados. E um destes mercados esta sendo formado sem ações específicas, do ponto de vista da produção de conteúdo, para se aproveitar esta nova oportunidade de negócio. Este mercado conta hoje com 16 países que adotaram o padrão digital brasileiro para a TV aberta.
Além de outros que já demonstraram interesse.

O grande diferencial deste mercado é o uso do Ginga. A interatividade que até agora não foi utilizada em larga escala nem mesmo aqui no Brasil, poderá ser o grande diferencial para os produtos audiovisuais produzidos diretamente para estes países. Mas não apenas produtos brasileiros exibidos nas emissoras estrangeiras, produtos feito sob demanda e que não necessariamente sejam exibidos em território nacional. Como há o interesse político na adoção destes países, políticas de incentivo à produção e exportação de conteúdo poderiam ser editadas baixando os custos de produção.

Leia mais no sitio da Revista da SET

Postar um comentário

0 Comentários