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Um novo tempo para o Jornalismo

As novas tecnologias estão impondo ao jornalismo desafios que talvez nunca tenham sido enfrentados em toda sua história. Não é apenas um período de adaptações às novas técnicas. O momento é de repensar todo o papel social que o jornalismo vem desempenhando em nossa sociedade e a função do próprio jornalista.


A internet permite uma interação entre os veículos de comunicação e o público sem precedentes e a própria estrutura da rede, permite que usuários enviem suas mensagens e se tornem participantes ativos na construção da notícia. Não só dando sugestões ou fazendo críticas, mas enviando vídeos com depoimentos que antes eram produzidos por uma equipe formada por cinegrafista, repórter, iluminador, editor  e etc.
Se não bastasse este novo cenário, o Supremo Tribunal Federal derrubou a obrigatoriedade do diploma pra o exercício da profissão. Com tudo isso cabe a pergunta: ainda vale a pena fazer um curso superior de jornalismo? É claro que sim. E estou defendo isso não por interesse próprio. Aqueles que já tiveram oportunidade de conversar comigo sobre este tema, já sabiam que eu sempre defendi que a obrigatoriedade do diploma deveria cair, mas não a necessidade de se fazer um curso superior.

Um curso superior não tem por função ensinar apenas técnicas de como fazer o bom jornalismo. A meu ver, o fim da obrigatoriedade do diploma irá contribuir para o fortalecimento dos cursos de graduação, pois as instituições de ensino superior deverão melhorar muito seus cursos para atrair o aluno. Terá que valer muito a pena fazer um curso de jornalismo e só mesmo com cursos atrativos, com investimentos em corpo docente, mensalidades acessíveis, laboratórios bem estruturados e grade curricular condizente com o contexto social, político e econômico é que conseguirão atrair alunos.

Outro fator positivo da decisão do Supremo, é que ela privilegia o bom aluno. Aqueles que simplesmente "passavam" pela faculdade, sabedores que ao final do curso receberiam o tão sonhado diploma, não mais existirão. Só cursará jornalismo quem realmente entende a necessidade da formação superior. Imaginem uma sala de aula onde todos os alunos estejam realmente interessados em aprender, discutir a profissão e experimentar novas oportunidades neste momento de transição tecnológica. Caberá as empresas decidirem a contratação de profissionais formados ou não. Assim como acontece com as agências de publicidade. A grande maioria não contrata funcionários sem formação acadêmica.

O momento é de calma. Passado o período das discussões calorosas, os cursos de jornalismo sairão fortalecidos dessa decisão e conseqüentemente os alunos formados por eles. Quanto ao uso das novas tecnologias, este é um caminho sem volta, e se bem compreendido pelo novo jornalista, pode trazer inúmeros benefícios a profissão e  à sociedade. A tecnologia não é inimiga de nossa profissão, pelo contrário, o horizonte que se forma é de que caminhamos para uma democracia que muitos apenas sonharam e não puderam vivenciar. Cabe a cada um de nós, e principalmente a você, futuro jornalista, fazer parte desta história.

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