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10 tecnologias que ainda vivem

06/07/2010 |
Dan Tynan
PC World
Você tem uma mensagem urgente que precisa ser transmitida imediatamente? Enviar um telegrama provavelmente não é a primeira opção que lhe vem à mente. E quando é hora de sacudir o esqueleto, você provavelmente não corre para colocar uma fita no toca-fitas ou um LP no toca-discos.

Estas tecnologias serviram ao seu propósito por um tempo, e então evoluíram para formas mais baratas e rápidas ou simplesmente desapareceram. Ainda assim outras tecnologias - como as máquinas de fax, telefones fixos e câmeras instantâneas - simplesmente se recusam a morrer, apesar das alternativas digitais serem superiores.

Aqui estão as dez tecnologias que deveriam estar mortas e enterradas, mas que ainda se agarram a um fio de vida.

1. O Telégrafo


Embora a Western Union tenha enviado sua última mensagem telegráfica em 27 de janeiro de 2006, ainda é possível enviar telegramas. Durante o auge de sua popularidade, em 1929, mais de 200 milhões de telegramas foram enviados. Em 2005 este número tinha despencado para apenas 21 mil.

O serviço iTelegram assumiu a rede telex da Western Union, e agora pode ser acessado via Web. Para enviar uma mensagem de primeira classe em prioridade (com entrega no mesmo dia) de Nova Iorque para Los Angeles o preço é de US$ 25, mais 88 centavos de dólar por palavra (quem em sã consciência ainda envia telegramas?). A Western Union ainda existe, embora aparentemente seu principais clientes sejam golpistas nigerianos que tentam fazer com que os internautas lhes enviem dinheiro.

2. Máquinas de escrever

Na era do tablets e smartphones, as máquinas de escrever são como o carro de Fred Flintstone - estritamente para os moradores das cavernas. Ainda assim as pessoas as compram e usam. Em 2009, por exemplo, o departamento de polícia da cidade de Nova Iorque virou manchete quando decidiu gastar quase 1 milhão de dólares em máquinas de escrever, basicamente para poder continuar usando formulários com múltiplas cópias em carbono para o registro de provas.

O principal mercado das máquinas de escrever parece ser os romancistas esnobes que alegam que não conseguem compor em nenhuma tecnologia lançada depois que Hemingway bateu as botas. Prova: em dezembro passado a Olivetti Lettera 32 portátil do autor Cormac McCarthy foi vendida por 225 mil dólares em um leilão (acreditamos que o preço também incluiu um suprimento de um ano de corretivo). Os lucros foram doados para o Santa Fé Institute. Já McCarthy foi às compras e prontamente adquiriu outra máquina de escrever manual por US$ 20 para substituir o modelo antigo.

3. Máquinas de fax

Apesar dos avanços nos serviços de fax via internet e da disponibilidade de scanners pra lá de baratos, esta máquina de escritório vinda das profundezas dos anos 80 ainda está entre nós: mais de meio milhão delas foram compradas nos últimos 12 meses, de acordo com o NPD Group, empresa que faz pesquisas de mercado. E não só por pessoas que ainda usam ombreiras e compram discos da Cindy Lauper: estas barulhentas e irritantes geringonças continuam a atrair corretores imobiliários, de seguros, advogados e outros profissionais que não confiam na autenticidade de documentos sem que haja uma assinatura em tinta neles.

“Sua sobrevivência é em parte testemunho do fracasso da tecnologia de assinaturas digitais, que nos permitiria trocar cópias certificadas e documentos e contratos por e-mail”, diz Ross Rubin, analista do NPD Group. “Assim como acontece com as urnas eletrônicas, há um nível de ceticismo na sociedade quanto à viabilidade de documentos digitalmente certificados”.

E para o resto do público? “Esqueça elas”, diz Tom Adams, VP de Marketing da Protus, empresa responsável pelo serviço de fax online MyFax.

“Máquinas de fax são tão anos 80!”, diz ele. “Se você ainda usa uma, é hora de colocá-la no porão junto com suas polainas e aquela cópia em VHS de Clube dos Cinco e passar a usar um serviço de fax via Internet”.

4. Telefones fixos

De acordo com a mais recente pesquisa do National Center for Health Statistics, quase 25% dos norte-americanos trocaram seus telefones fixos por celulares. Outros 22 milhões usam um serviço de telefonia sobre IP como o Vonage como substituto. Ainda assim, isto deixa mais de 100 milhões de lares firmemente amarrados a uma linha fixa. Não duvido que muitas destas linhas estejam ligadas a máquinas de fax.

Talvez não haja nada mais “coisa de velho” que uma linha fixa. Apenas 5% dos adultos com 65 anos ou mais vivem em casas sem linhas fixas, segundo o NCHS - sem dúvida em parte porque os serviços de emergência ainda não são tão confiáveis em aparelhos móveis quanto no bom e velho telefone fixo. À medida em que este público se mudar para o grande jardim no céu, não tenha dúvida de que as linhas fixas vão junto.

5. Toca-discos

CDs e MP3 deveriam ter matado o bom e velho “long play” faz tempo. Em vez disto os discos de vinil estão durando mais que o Cauby Peixoto, e os toca-discos estão junto. Vendas de discos de vinil aumentaram no ano passado, de 1.9 milhões para 2.8 milhões de unidades, de acordo com pesquisas do Nielsen SoundScan, embora isso seja um pingo d’água em um oceano quando comparadas aos CDs (374 milhões) e músicas em formato digital (1.2 bilhões).

Hoje em dia é possível encontrar toca-discos digitais que são plugados ao PC e convertem os velhos “bolachões” em arquivos digitais para você carregar no iPod. Até que isso não é ruim, já que a vida fica melhor a 33 e 1/3.

6. Caixas registradoras

Apesar do surgimento de sistemas computadorizados de ponto de venda que podem acompanhar automaticamente seu estoque, identificar os produtos que mais vendem e seus melhores clientes e simplificar a contabilidade, milhares de lojas ainda confiam em algo que é basicamente uma gaveta com chave que sabe somar.

“As características básicas de uma caixa registradora não mudaram desde que ela foi inventada há 127 anos”, diz Tom Greenhae, fundador da CashierLive, uma empresa que fornece software de ponto de venda baseado na web. “Embora elas sejam movidas a eletricidade, ainda não podem dizer como anda seu estoque, e nunca poderão”. Computadores com software de ponto de venda são caros, o que explica porque a maioria das pequenas lojas ainda se agarra às caixas registradoras. Mas a tecnologia baseada na web veio para finalmente eliminá-las”.

Caixas registradoras básicas - e, vamos ser francos, o próprio dinheiro - são dinossauros analógicos em uma selva digital de transações financeiras. É hora deles sairem de cena.

7. Câmeras instantâneas


Como seus primos distantes, os romancistas esnobes, muitos fanáticos por câmeras rejeitam a tecnologia digital em favor do comforto das salas escuras e o aroma do fluido de revelação. Mesmo a venerável Polaroid Instant Photo está voltando ao mercado.

A companhia Polaroid original pediu concordata (pela segunda vez) em 2008 e teve seus ativos comprados em Abril de 2009 por uma holding privada. Esta nova firma lançou uma versão “requentada” da câmera OneStep (a Polaroid PIC 300) que usa filme instantâneo. Esta viagem nostálgica vai lhe custar US$ 90 pela câmera, mais 1 dólar por foto. A Polaroid até contratou a diva Pop Lady Gaga como “diretora criativa”. Se a Polaroid conseguir sobreviver à Lady Gaga, talvez ainda permaneça entre nós por um longo, longo tempo.

8. Discos ópticos


Disquinhos brilhantes de todos os tipos - CD, DVD e até mesmo Blu-ray - estão destinados a eventualmente seguir o mesmo caminho dos disquetes, Zip discs e outras variantes de mídia de armazenamento portátil rumo ao grande cemitério da tecnologia. Hoje em dia a maioria de nós obtém seu software via download e nosso entretenimento via streaming no aparelho que for mais conveniente. Ainda assim, os discos e drives permanecem.

“Dá pra baixar quase qualquer coisa hoje em dia, e fazer streaming do resto”, diz Rob Enderle, principal analista do Enderle Group. “Os preços de pendrives e cartões de memória despencaram, e não precisamos de mais que 64 GB (e dá pra colocar isso num iPod). Então porque não dizemos “hasta la vista” para os discos ópticos e finalmente adotamos algo mais leve, robusto e silencioso?”.

9. Tubos de imagem


A venerável “telinha” praticamente desapareceu de escritórios, salas de estar e prateleiras das lojas. Ainda assim, mais de 90 milhões de aparelhos com tubos de imagem (CRT - Cathode Ray Tube) foram vendidos no ano passado, diz um relatório do MIT - A maioria deles na Ásia e América Latina.

Porque? Eles são baratos, duráveis e- quem diria - em muitos casos ainda tem qualidade de imagem melhor que aparelhos com telas de LCD ou Plasma, de acordo com os especialistas em calibração de imagem da empresa DisplayMate.

Também há demanda por tubos velhos, pois o vidro revestido de chumbo é usado na fabricação de novos tubos.

10. Rádio CB

Embora não tão populares quanto na época em que Burt Reynolds era um astro, empresas como a Cobra Electronics e a RadioShack ainda vendem milhares de rádios CB (Citizen Band - Faixa do Cidadão) a cada ano.

Os mais velhos talvez se lembrem que o primeiro fórum de bate-papo da CompuServe se chamava “Simulador de CB”, e daí é possível traçar uma ligação direta com o bate-papo, mensagens instantâneas e clientes Twitter dos dias de hoje. Ainda assim, em uma era de comunicação contínua e onipresente rádios CB são uma relíquia, diz Jim Gardner, presidente da empresa de consultoria de marketing Strategy 180, que comprou seu primeiro rádio CB Cobra em 1977 e usava o apelido “Moonshiner”.

“Embora não seja 10-17 (urgente), minha 10-20 (posição) quanto a esse assunto é que, considerando que o pico no uso do CB coincidiu com as calças boca-de-sino, discoteca e carpetes laranja berrante, o surgimento dos rádios Push to Talk (por aqui mais conhecidos como “Nextel”) deveria ter enterrado este ícone dos anos 80 faz tempo”, diz ele. “Afinal, algumas conversas são melhores 10-21 (no telefone). 10-04, meu chapa?”

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